[Seriadores Anônimos] Revolução, evolução ou atraso?

Meu Deus! Ainda custo a acreditar que deixei o blog sem qualquer postagem por 10 dias. Peço, antes de tudo, desculpas por não ter conseguido aparecer com qualquer matéria por aqui. A realidade é uma só: O tempo está mais curto do que quando criei o blog (e ele já não era muito naquela época). Mesmo podendo vir atirar qualquer informação a vocês em um post de 2 minutos, prefiro compô-los de uma forma mais demorada e, espero eu, com maior qualidade. Decidi incluir minha críticas de séries à coluna "Seriadores anônimos" para dar uma maior dinâmica a ela. Espero que agrade a todos. Fiquem com as minhas impressões da nova sensação: Revolution.

Todos sabem: Falar que distopia é clichê já é um clichê por si só. Revolution, nova série da NBC, quis pegar carona na onda atual dos mundos apocalípticos em que a esperança não tem vez (sim, bem dramático assim mesmo); e o resultado?Bem, um tanto duvidoso eu diria.

A premissa não envolve os mistérios escondidos em uma ilha e sim o por quê da Terra, de uma hora para outra, não permitir a geração de energia elétrica - deixando a humanidade, literalmente, a mercê de uma Era de Trevas - fazendo com que qualquer conceito que se tinha por "Civilização"  ser esquecido. Vendida como a mais nova Lost (antiga maldição de seriados, pois nenhum com esta alcunha sobrevive por mais que uma temporada), Revolution traz sim alguns elementos novos para o telespectador; não há como negar, a produção é gigantesca e os efeitos especiais, comparados com os principais seriados atualmente da rede aberta norte-americana, possuem certa qualidade.

Revolution peca em outro sentido, ao meu ver, no maior deles: Enredo. A história é ótima; entretanto, o seriado tem dado o máximo de si para estragar uma chance de ouro que tem sido conquistada com seus 3 primeiros episódios - o ibope está, finalmente, a favor de uma "Nova Lost". O primeiro alicerce podre: uma protagonista irritante e deslocada é uma bomba relógio - Charlie é a principal das possíveis causas caso esse barco afunde. Continuando pelas bases mal solidificadas da série: O desenvolvimento dos episódios é lento e, ao final deles, é possível se perguntar qual foi o sentido de terem usado 40 minutos para um conteúdo de no máximo 10.

Além de tudo, ainda houve a tentativa de nos venderem outro elemento distópico: " o casal desafortunado", acho que este foi o primeiro elemento que a produção percebeu ter errado a mão; logo no terceiro episódio não vimos nem a sombra do que seria o par romântico da nossa tão enfadonha protagonista. Revolution prometia um conceito novo para TV aberta, mas trouxe muitos modismos de seus antecessores, são tantos que é possível imaginar a confusão que há dentro da sala dos roteiristas ao tentarem embutir todas as fórmulas de sucesso em um único enredo.

A verdade é que Revolution prometeu muito, para não entregar uma mísera porcentagem do seu potencial - ainda espero que seja um efeito temporário. Os primeiros três episódios se arrastaram, promovendo elementos surpresas meio capengas e com finais que podem ser comparados a uma versão de segunda mão daqueles que tínhamos em Lost.

A interpretação tem sido uma forte barreira, ao meu ver, para Revolution cair de vez na graça do povo. Não acho que seja culpa dos atores, pois o esqueleto de enredo non sense e clichê que é entregue a eles seria desafio até para os mais talentosos. Todos os elementos para um verdadeiro sucesso (com propósito, e não por ser a nova moda televisiva atual) estão ali, e é quase frustrante saber que existem mas não estão sendo bem utilizados. A premissa em si é original, mas é corroída pela mesmice dos diálogos e pelos heroísmos manjados; a qualidade dos efeitos é empolgantes, mas utilizada de forma aleatória e pouco inteligente. Sim, a série possui muitos motivos para me deixar decepcionado.

Se você gosta de séries que te provoquem a pensar, bem...Revolution, momentaneamente, não irá ser de muita valia. Apesar de se vender como um seriado de mistérios intrigantes, o pieguismo nas relações de personagens e os clichês sórdidos aplicados a cada cena de ação que encontramos derruba qualquer vontade no telespectador. Devemos esperar a série se consolidar ou ela já teve tempo suficiente para isso? A realidade não podia ser mais dura: Séries estreantes de boa qualidade e sólidas têm perecido logo após a exibição de suas premieres, e séries de massa e de qualidade duvidosa ainda continuam sendo empurradas episódio a episódio pela esperança cega dos telespectadores e o bolso cheio dos executivos.