quarta-feira, 19 de setembro de 2012

[Resenha #19] O herói perdido, de Rick Riordan




A curiosidade pela mitologia greco-romana é tão frequente entre todos nós, que seria difícil não encontrar alguém que não saiba pelo menos nos falar sobre a peripécia de algum herói ou Deus. Rick Riordan volta mais uma vez com seu blockbuster mitológico, unindo o popular antigo à modernidade ávida por mais aventuras.

Depois de salvar o Olimpo do maligno titã Cronos, Percy Jackson e seus amigos trabalharam duro para reconstruir seu mais querido refúgio, o Acampamento Meio-Sangue. É lá que a próxima geração de semideuses terá de se preparar para enfrentar uma nova e aterrorizante profecia. Uma mensagem que pode se referir a qualquer um deles: "Sete meios-sangues responderão ao chamado. Em tempestade ou fogo, o mundo terá acabado. Um juramento a manter com um alento final, E inimigos com armas às Portas da Morte afinal." Os campistas seguirão firmes na inevitável jornada, mas, para sobreviver, precisarão contar com a ajuda de alguns heróis, digamos, um pouco mais experientes — semideuses dos quais todos já ouvimos falar... e muito.


Percy, Annabeth e Groover cedem seus lugares ao trio Jason, Piper e Leo - novos semideuses, prontos para mais profecias. Bem como Percy Jackson e os Olimpianos, vemos a prévia de uma nova catástrofe atormentar a vida dos campistas. Desta vez, Cronos é uma piada de mau gosto perante à nova ameaça.

Uma novidade que o autor traz para seus leitores são os capítulos em perspectivas. O que eles são? Bem, imagine que a nova saga "Heróis do Olimpo" não terá apenas um protagonista, mas sim um por capítulo. A narração neste primeiro volume é dividida entre os três novos semideuses. Logicamente bate aquela nostalgia, de quando Percy ainda não sabia o que podia fazer com o sangue do rei dos mares que corria por suas veias.Porém, a relação que tive com tal escolha de Riordan foi de "amor e ódio"; talvez eu seja bem limitado neste aspecto - eu preciso de um único protagonista para poder ter uma imersão completa na história contada.

Não consegui estabelecer um laço concreto entre nenhum dos três personagens, o que me acalma é o fato de não ter conseguido o mesmo com Percy no primeiro volume dos "Olimpianos". Personagens já muito conhecidas por nós também voltaram mudadas, o segundo plano na história não fez bem à Annabeth - minha personagem favorita da saga anterior - que mostrou-se muito mecânica, robótica eu diria. Isso também se enquadra a muitos personagens queridos - Quiron, Thalia,etc.

(Rick Riordan)
O que verdadeiramente senti falta foram os título criativos e hilariantes que abriam cada capítulo. Agora temos os enigmáticos números romanos e a personagem que dará voz àquelas páginas.O humor é muito presente o livro, mas bem diferente do que estamos acostumados. Não senti Riordan confortável com sua nova escrita no início, aquelas piadas tão naturais que nos faziam gargalhar justamente por sua inocência e irreverência perderam um pouco da sua organicidade.

O meu lado "acampamento meio-sangue" falou muito alto na maior parte do livro. A realidade é que eu achei um "sacrilégio literário" terem colocado a missão desses três novos personagens como a mais importante até então - o meu respeito ainda é total e inteiro do trio original. Entretanto, depois que você supera este sentimento de fã estranho as personagens ficam mais simpáticas; até mesmo a leitura flui melhor.

O intrigante da escrita de Rick Riordan é o seu poder de instigar o seu leitor de uma forma quase que mágica. A criatividade em torno da remodelagem de mitos e crenças populares antigas interessam o leitor justamente por serem divertidas - ele aproxima dois mundos através da inocência por trás de sua história para jovens, o que confere a esta um caráter extremamente poderoso. A forma como o autor também consegue construir ganchos nos finais de seus livros é impressionante e, até certo ponto, odiosa - afinal, você "precisa" do próximo volume, é uma questão de necessidade básica.

Por ser um filho de Percy e os Olimpianos, a Intrínseca tratou a edição com o maior cuidado possível este primeiro volume de "Heróis do Olimpo". A Capa é bem trabalhada e o miolo possui uma qualidade incrível - letras de tamanho agradável colocadas em páginas amarelas.Ainda acho a edição da primeira saga mais interessante - creio que a lombada do livro é a grande culpada por esta minha opinião.

Você gostou das aventuras de Percy? Bem, certamente você gostará de acompanhar Jason, Piper e Leo em uma aventura muito maior do que ela aparenta ser no início - é o começo de uma nova era para os semideuses norte-americanos. Seus pais imortais, por centenas de anos, estavam lhes escondendo uma verdade terrível e perigosa

.Título: O Herói Perdido      AutorRick Riordan  
EditoraIntrínseca
Notas: |Enredo: 08/10 | Edição: 08/10Entusiasmo:08/10| 


5 comentários:

  1. Ah, tu é como eu: precisa de um só ponto de vista pra poder entrar na história. Os livros da primeira série de Percy eu li todos, e adorei o garoto, ele tinha um humor tão, tão... Legal. Mas agora, que os capítulos nem títulos têm e são mais de um protagonistas. Humpf, por que isso, tio Rick?
    Mas aí lembro da profecia no fim de O Último Olimpiano e a única coisa que consigo pensar é: me dá, me dá? *---*

    Gislaine,
    atualizado, comenta?
    Jeito Inédito

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  2. Adorei a sua resenha Lucas, super clara!
    Este é um dos muitos livros da minha lista de desejos para 2012!
    Fiquei ansiosa pra lê-lo após a sua resenha!
    Adorei!

    Sucesso!
    Beijos!
    ;*
    Adriana - Blog Um Bestseller Pra Chamar de Meu

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  3. Essa foi a primeira resenha que eu achei algum aspecto negativo do livro. Todas sempre são tão positivas...É bom encontrar outra opinião. Ainda não li essa "continuação" de PJ. Acho que preciso dar um tempo de Rick Riordan. Talvez um dia eu leia, quem sabe.

    Muito boa sua resenha! É bom ter mais um exemplo a seguir!

    blog-exlibris.blogspot.com.br

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  4. Desde que terminei de ler a série Percy Jackson e os Olimpianos, estou completamente desesperada para ler esta nova série. Gosto da forma como elas parecem se entrelaçar.
    O que me chateou, assim como a você, foi descobrir que os títulos agora são tão simples. A criatividade da série anterior nesse quesito era um ponto positivo por si só.
    Ainda assim, estou tentando controlar minha curiosidade, pois quero esperar todos os livros da série serem lançados aqui, porque assim posso ler seguido (nada é pior do que a curiosidade de ficar esperando o próximo volume ser lançado, em minha opinião!).
    Enquanto isso, vou dar uma chance às Crônicas de Kane, também do Rick, embora não tenha me chamado tanta atenção assim.
    Mas, não posso negar: o final da sua resenha apenas atiçou mais a minha curiosidade! rs
    Beijos,

    Anna - Querida Prateleira
    http://queridaprateleira.blogspot.com.br/

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  5. eu gostei desse novo jeito de narrar do Rick, não me atrapalha na 'imersão completa' é bom conhecer mais profundamente outros personagens...O que mais me incomodou mesmo foi a falta do Percy! me apeguei muito a ele (acho q a narração em 1ª pessoa da primeira saga deve ter ajudado um pouco nisso...rsrs) só matei a saudade ao ler "O Filho de Netuno"
    e o fato de a Annabeth estar muito mecânica, robótica é pelo simples fato d o amor da vida dela estar desaparecido! é claro q eu senti falta dela - e fiquei sentindo até ler "A Marca de Atena", que é quando ela volta de verdade!
    Mal posso esperar pra ler "A Casa de Hades" - sou assim mesmo: assim que sai a tradução na internet corro pra ler e, depois q sai nas livrarias, compro e releio! rs'
    aah, e parabéns pela resenha :)

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