Eu sou péssimo para guardar frases de que gosto, mas certamente uma ficou cravada em minha mente desde que a ouvi - "No mundo não há coincidências, apenas o inevitável". Está frase resume minha visão em relação à sublime história transcendental que encontrei nas páginas do primeiro volume de "O Enigma da Lua" - Talvez, todos tenhamos um destino a ser comprido. Liége Toledo construiu um mundo próprio, onde os sonhos parecem ganhar vida.
Quando Driali, uma clériga da Deusa Lua, dá à luz sua segunda filha, Elora, ela não só se depara com uma linda criança, mas também com uma das mais preciosas e complexas criações de sua divindade. O que sua filha e Laucian - um meio-elfo e melhor amigo da jovem Elora - representam é algo que a clériga tenta esconder durante anos, por medo das consequências e perigos que podem se abater sobre os dois jovens. Contudo, quando a paz da acolhedora cidade de Silena começa a ser ameaçada por sombras de um mal há muito adormecido, Driali decide que é chegada a hora de revelar o que sabe. A partir de então, quatro amigos – Elora, Laucian, Myron e Valenia – descobrem que precisarão, cada um a sua maneira, tomar decisões que mudarão para sempre suas vidas e o destino de todos aqueles que os cercam. Suas jornadas e o desenrolar de uma batalha de luz e trevas que envolve todo o mundo de Edrim e o poder de deuses e suas criaturas está apenas começando...
É interessante como eu só fui descobrir o gênero fantástico nacional somente este ano. Quanto tempo eu perdi! Em "O Enigma da Lua" pude encontrar elementos muitos nostálgicos. A essência do livro nos faz sentir em meio a uma campanha de RPG memorável com os amigos, daquelas que começam de maneira despretensiosa, mas toma rumos tão surpreendentes que não é difícil esquecer de quantas horas já se passaram desde o início do jogo.
(Liége Báccaro Toledo) |
Acompanhamos a vida de Elfos, seres tão misteriosos e fascinantes, que, em "enigma da Lua", ganharam uma repaginada em sua imagem popular -vemos como é fácil uma sociedade élfica adquirir costumes humanos quando colocados em nosso convívio. As lendas por detrás da principal trama podem ter vindo direto da boca e violão de um bardo errante e surpreendem justamente por terem esta aura especial. Edrim pode ficar mais perigoso do que já é e a única esperança reside em uma promessa antiga.
Liége consegue dar personalidade a todos os seus personagens, uma tarefa que poucos autores iniciantes conseguem concluir. Elora, uma elfa sensível e tímida, e Laucian, meio-elfo descontraído e carismático, merecem grandes créditos por nos darem um romance medido e bem construído (certo, isso tudo é crédito de Liége, mas demos um pouco de alegria aos dois,certo?); porém, é nos coadjuvantes que encontramos verdadeiras surpresas, Driali e Dufel por pouco não ofuscam o casal protagonista; a incógnita Valenia não fica atrás e muito menos o sábio clérigo Myron.
A partir do capítulo da cerimônia de iniciação a escrita ganha um novo ritmo,somos tragados de vez pela cativante trama. Pareceu-me que a autora ficara mais confortável e confiante em relação a sua própria história. Foi a partir deste ponto que senti o quanto aquele livro seria especial, o quão grande era o seu potencial - não o larguei mais. A facilidade da leitura unida à escrita aprazível de Liége que me conquistaram plenamente.
"100 vidas eu viverei até que pague por isso
100 vidas eu viverei até que o Escuro seja banido
100 vidas viveremos separados, até que possamos nos encontrar novamente
100 vezes sozinhos, e uma vez mais juntos
Quando ele finalmente nos abandonará"
As cenas de batalhas são muito bem escritas e elaboradas, são o tempero de toda a mitologia apresentada a nós. Devo dizer que em uma passagem em especial cheguei a crer que é uma característica necessária a todo autor de fantasia medieval é fazer o leitor se apegar a um personagem para depois fazê-lo sofrer e enfim perecer - "Por que Liége, por que?" foi o que pensei depois do meu personagem favorito ter morrido em batalha. apesar de velar por algumas páginas a referida morte, acho que estas surpresas e choque de realidade fazem da escrita muito mais atrativa, desejada. As descrições do mundo no qual se passa a trama são outro forte ponto positivo, imaginei diversas vezes as ruas de Silena e a terrível Floresta dos Ventos; cheguei a pensar: o quão interessante seria se tivéssemos um mapa de Edrim no próximo volume?
Algo que pode ser visto como uma barreira para muitos é a banalização da fragilidades das personagens. Perdi as contas dos choros e lamúrias presentes em muitas páginas. Eu entendo o ponto de vista da autora de dar uma dramaticidade para os momentos vividos por suas criações; mas o uso exacerbado desta tática acaba tirando toda a emoção que era almejada. EU torço para ver personagens mais fortes e convictas no segundo livro; não adianta, sou fã de personagens femininas emocionalmente fortes e acredito que Elora e Valenia ainda me trarão este elemento. Há apenas mais um coisa que acaba por ser mais uma chatice minhas do que um incômodo, eu sempre reparo em períodos que apresentam ambiguidade (uso de pronome de tratamento "sua/seu" conferindo duas ideias diferentes para a frase) e achei alguns pelo livro, deixo esta dica de revisão pessoal para os próximos livros.
A diagramação é tão bem cuidada que realmente me surpreendi com todo o trabalho feito nas páginas do livro. Os capítulos variam muito, preparem-se para encontrar tanto aqueles de 15 páginas quanto os que beiram as 100. Este cuidado especial nos mostra o quanto o livro merece ser lido e respeitado.
Alison Bruce |
Holland Roden |
Muitos que acompanham O Apanhador sabem que de vez em quando opino sobre atores e atrizes que me lembram os personagens ou quem sabe dou uma dica de música que, pra mim, marcam as páginas do livro referido. Com "O Enigma da Luz" não foi diferente, Valenia (esquerda) e Veena (direita) foram as duas personagens que mais conseguia enxergar, era muito difícil ler uma cena e não imaginar as duas atrizes encarnando os papéis. Você poderão encontrar no fim deste post a música que, toda vez ao escutá-la, me fara lembrar de Elora e seus amigos.
Acredito que ter lido o primeiro volume de Enigma da Luz foi uma jornada única, com personagens tão únicos que a falta deles nos dias posteriores à leitura foi sentida de forma grave. Liége Toledo nos apresenta uma mitologia que supera expectativas; mostra que amor e amizade podem ser,na realidade, a única luz em um mundo pleno de escuridão.
Nossa Lucas, eu tive que me recompor um pouquinho para conseguir comentar.
ResponderExcluirA sua resenha chegou a me deixar emocionada, a maneira como você falou do livro me deixou muito, muito feliz e até mesmo surpresa. Eu vivo de duvidar que alguém vá gostar de meu livro. Toda vez que ouço um elogio, ou as pessoas vem me falar que gostaram, apesar de eu ficar super contente, eu trato quase como se fosse um golpe de sorte. Pois bem, sua resenha me mostra que talvez não seja golpe de sorte, e que existem mesmo pessoas que podem gostar da história que eu escrevi e que podem se envolver com os personagens e com o mundo e a mitologia. Muito obrigada mesmo. Não tenho nem palavras para explicar o quanto sua resenha me deixou perplexa num ótimo sentido. Fiquei muito feliz que você tenha achado o romance equilibrado, que tenha gostado dos coadjuvantes (eu também gosto muito da Driali e do Dufel!). Enfim, a resenha ficou ótima mesmo, não porque você gostou do livro (claro que isso é ótimo), mas pela forma como você a escreveu.
Ah, e eu concordo com você! Minhas personagens choram demais XD! Isso saiu meio que sem querer, e depois quando eu fui relendo eu pensava "meu Deus essa meninada não para de chorar". Eu tenho mania de querer deixar as cenas dramáticas e dar aos acontecimentos o peso devido, mas exagerei na dose de lágrimas. Estou tentando me controlar no segundo livro, e também estou procurando desenvolver a personalidade e a segurança e força das minhas meninas =D, hehehe. Eu tenho dificuldade em me equilibrar quanto a isso porque não sou muito fã de personagens que sempre fazem tudo ou que são fortalezas emocionais o tempo todo (isso dependendo da personagem, claro, só não gosto de exagero), mas sei que não posso errar a mão para o outro lado também. Obrigada pelo toque quanto à ambiguidade, também já tinha notado algumas sentenças ambíguas e estou cuidando para isso não acontecer no segundo.
Adorei e escolha das atrizes, a Holland Roden é mesmo a cara da Valenia e a Alison Bruce está até vestida a caráter =D. E a música, perfeita, linda mesmo!! Adorei a trilha sonora, e não sei como ainda não conhecia essa música maravilhosa!
Enfim, agradeço novamente por ter confiado no meu trabalho e pela resenha que fez. Logo, logo o segundo livro sai e espero que possa ser uma boa leitura para todo mundo que gostou do primeiro. Estou trabalhando para fazer o meu melhor!
Tá, agora lembrei que já ouvi essa música sim, mas em outra versão XD! Da Belinda Carlisle! Mas assim ficou bem mais legal.
ResponderExcluirÓtima resenha! A música também é show! Eu já li o primeiro livro de O Enigma da Lua e adorei! Agora estou no aguardo pelo segundo livro ^_^ \o/
ResponderExcluirAee, pessoal! Recomendo!! \o/
Ótima resenha, nobre guerreiro!
ResponderExcluirEm minha opinião, um dos maiores méritos deste belo livro é mostrar o lado humano e a evolução que estes jovens passam durante os acontecimentos que cercam suas vidas. As garotas em especial, demonstram incertezas e inseguranças normais da idade, mas quando as coisas realmente ficam difíceis (sim, já li o segundo livro...)elas mostram grande força de vontade, e se tornam melhores a cada nova experiência.
Enfim, parabéns mais uma vez pela bela resenha, e fica aqui minha recomendação deste excelente livro a todos os fãs de fantasia medieval.
Lucas, suas resenhas são sempre além-mundo !!
ResponderExcluirTambém não conhecia livros de Fantasia Nacional, mas com a escrita nacional sendo descoberta dessa forma era de se esperar que logo surgissem, mas não imaginei que tão bons quanto esse.
Sua resenha me cativou e me fez querer ler a obra, gostei da forma como os personagens foram tratados, de certo muita emoção acaba por tirá-la, mas sou uma manteiga derretida, acredito que irei chorar junto com os personagens.
Na realidade nunca li nada sobre Elfos, são tipo fadas?? Enfim, apoiei a IMENSA resenha, ainda não li o livro mas gostei das escolhas das personagens, fiquei ansiosa para ler a Fantasia Nacional, em especial a Série O Enigma da Lua.
Parabéns :)
Beijos
Barbara Sá - Segredos Entre Amigas
Estou com o livro aqui só esperando para ser lido HAHA \o
ResponderExcluirAdorei a resenha, está fantástica! :D
Primeira vez que venho aqui, e adorei. Estou seguindo e curtindo o GFC e o Facebook do Blog com o maior prazer x)
Sucesso SEMPRE, abração.
Ewerton Lenildo - @Papeldeumlivro
papeldeumlivro.blogspot.com
Adorei a sua resenha e o modo como você colocou cada ponto de vista que deve de alguns personagens, principalmente do seu favorito. Sinto pela morte dele. Mas eu ainda não li e tenho ele em e-book, mas ainda vou lê-lo e dar o meu parecer. Gostei mesmo de sua resenha e boa sorte na sua jornada.
ResponderExcluirLucas!
ResponderExcluirConfesso que a literatura fantástica me atrai em profundidade, principalmente porque são seres míticos e podemos imaginar a forma como devem ser e agir.
Saber que mais um livro nacional de literatura fantástica toma forma e é de qualidade, muito me apraz.
Fiquei bem curiosa, pois sua resenha é detalhada e cheia de significado.
Parabéns a você e a autora.
Agradeço o convite feito pelo skoob para poder conhecer seu blog. Achei diferente e engraçada.
Vim desejar alegria, felicidade e muito amor no coração e uma semaninha iluminada!!
“Crer, é tornar possível o impossível.”
Carinho não tem preço, doe-se.
Blogueiras Unidas 1275!
Luz e paz!
Cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/
eita então somos dois que nao conheciamos até esse ano livros de fantasia nacionais. Realmente esse ano me surprendi com o talentos dos brasileiros em suas obras, claro que tem algumas assim meio ruinzinhas, mas boa parte são boas ^^
ResponderExcluirEu simplesmente sou um grande fã de mitologia grega > tanto que amie a série percy jackson. E pelo que você disse esse livro é bom mesmo, até eu queria lelo.
http://garotoonerd.blogspot.com
Excelente resenha Lucas! Já li o livro e concordo com suas palavras, é um livro viciante, daqueles que vc torce e sofre pelos personagens!
ResponderExcluirNão me incomodo muito com o comportamento emotivo das personagens, pois é uma atitude típica da idade e acho que dá um ar mais verossímil aos personagens. Na minha opinião é muito mais interessante ver a evolução dos herois, saber que eles não se tornaram grandes guerreiros por acaso ou porque já nasceram com super poderes e autoconfiança inabalável. Gosto desse cuidado que a autora dá aos seus personagens, cada um amadurece a seu tempo e as atitudes heroicas também tem consequências negativas.
Recomendo a todos que leiam e que possam compartilhar suas opiniões a respeito deste excelente livro!
Oi, tudo bom?
ResponderExcluirDesculpa o sumiço parceiro.
Mas tem selinho para ti lá no blog.
E preciso muito que você me envie um email com todas as suas redes sociais para uma surpresinha, ok?
territoriodascompradorasdelivro@hotmail.com
Poliana Araújo
Território das garotas
@territoriodg
Bjss *-*
Passa lá no blog?
http://territoriodascompradorasdelivro.blogspot.com/
Olá, Lucas!!
ResponderExcluirQue resenha incrível! A temática do livro me agradou por completo, e agora estou com ainda mais vontade de devorá-lo.
Já está na minha meta de leituras do semestre! ;o)
Parabéns pelo blog!
Beijão!
Carol Benazzato
Passa lá no meu! Tem postagem nova: www.sonhosdescritos.blogspot.com